25 janeiro, 2009

Miguel-Manso

"Faz dos versos delicados actos de guerrilha e da poesia uma causa revolucionária. Em 2008, publicou dois livros com tiragens mínimas. a crítica rendeu-se". É assim que a Actual, Expresso de 24 de Janeiro, apresenta Miguel-Manso. O poeta ribatejano de 29 anos aparece, segundo os críticos literários, como estatuto de revelação poética de 2008.
Títulos dos dois livros publicados:
Contra a Manhã Burra, Edição de autor, Maio 2008
Quando Escreve Descalça-se, Trama, Novembro 2008

O PREC EM 2008

o deus Silêncio ostenta as Inumeráveis
águas nesta apertada livraria de Lisboa
também ainda o primeiro título (poesia) de Manuel
António Pina em ano de revolução que
nesse tempo eram mesmo
a sério as revoluções e podíamos acrescentar-lhes pela ru
ao nosso carme as madrugadas flores

agora um amigo diz-me: “esta
revolução não dá um passo!”
concedo, mas não desisto
incorro em certos delicados actos de guerrilha
por exemplo deixo poemas em cafés ou em pequenas
livrarias que ainda apoiam em segredo esta causa
revolucionária
depois mando as coordenadas sigilosas à amada
que no dia seguinte quase sempre
pela tarde os vai buscar

in Quando escreve descalça-se, Trama, 2008

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