18 abril, 2009

Palácio Nacional de Mafra

Fachada Principal

Varanda na fachada principal ("A Pedra" do Memorial do Convento)

O Palácio Nacional de Mafra é um monumento de estilo barroco localizado em Mafra, a cerca de 25 quilómetros de Lisboa.
Foi iniciado em 1717 no reinado de D. João V, em consequência de uma promessa que o jovem rei fizera, aos Franciscanos, se a rainha D. Maria Ana de Áustria lhe desse descendência.
Classificado como Monumento Nacional em 1910, foi considerado uma das Sete Maravilhas de Portugal a 7 de Julho de 2007.

2 dos seis órgãos da basílica

O trabalho começou a 17 de Novembro de 1717 com um modesto projecto para abrigar 13 frades franciscanos, mas o ouro do Brasil começou a entrar nos cofres portugueses; D. João e o seu arquitecto, Johann Friedrich Ludwig (Ludovice) niciaram planos mais ambiciosos. Não se pouparam a despesas. A construção empregou 52 mil trabalhadores e o projecto final acabou por abrigar 330 frades, um palácio real, umas das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e incontáveis obras de arte. A magnifica basílica foi consagrada no 41.º aniversário do rei, em 22 de Outubro de 1730, com festividades de oito dias.
O palácio era popular para os membros da família real, que gostavam de caçar na tapada. Hoje em dia decorre aqui um projecto para a preservação dos lobos ibéricos. As melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde partiu a família real aquando das invasões francesas, em 1807. O mosteiro foi abandonado em 1834, após a dissolução das ordens religiosas. Durante os últimos reinados da Dinastia de Bragança, o Palácio foi utilizado como residência de caça e dele saiu também em 5 de Outubro de 1910 o último rei D. Manuel II para a praia da Ericeira, onde o seu iate real o conduziu para o exílio.
No palácio pode-se visitar a farmácia, com belos potes para medicamentos e alguns instrumentos cirúrgicos; o hospital, com dezasseis cubículos privados de onde os pacientes podiam ver e ouvir missa na capela adjacente, sem saírem das suas camas. No andar de cima, as salas do palácio estendem-se a todo o comprimento da fachada ocidental, com os aposentos do rei numa extremidade e os da rainha na outra, a 232 m de distância. Ao centro, a imponente fachada é valorizada pelas torres da basílica coberta com uma cúpula. O interior é forrado a mármore e equipado com seis órgãos do princípio do século XIX, com um repertório exclusivo que não pode ser tocado em mais nenhum local do mundo. O átrio da basílica é decorado por belas esculturas da Escola de Mafra, criada por D. José I em 1754, foram muitos os artistas portugueses e estrangeiros que aí estudaram sob a orientação do escultor italiano Alessandro Giusti. A sala de caça exibe troféus de caça e cabeças de javalis.
O Palácio possui ainda dois carrilhões, mandados fabricar em Antuérpia por D. João V, com um total de 92 sinos que pesam mais de 200 toneladas e são considerados os maiores e melhores do mundo.

Biblioteca do Convento de Mafra


O maior tesouro de Mafra é a sua biblioteca, com chão em mármore, estantes em estilo rococó e uma coleção de mais de 40.000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, incluindo uma segunda edição de Os Lusíadas de Luís de Camões. Situada ao fundo do segundo piso é a estrela do palácio, rivalizando em grandiosidade com a Biblioteca da Abadia de Melk, na Áustria. Construida por Manuel Caetano de Sousa, tem 88 m de comprimento, 9.5 de largura e 13 de altura. O magnífico pavimento é revestido de mármore rosa, cinzento e branco. As estantes de madeira estilo rococó, situadas em duas filas laterais, separadas por um varandim contêm milhares de volumes encadernados em couro, testemunhando a extensão do conhecimento ocidental dos séculos XIV ao XIX. Entre eles muitas jóias bibliográficas, como incunábulos. Estes volumes magníficos foram encadernados na oficina local, também por Manuel Caetano de Sousa.
Actualmente, o único residente do Palácio é um antigo tipógrafo, de nome Gil Mangens. Descendente de uma família de origem francesa, que chegou a Lisboa no século XVIII por altura da construção do Palácio, na pessoa de um gravador de nome Mangens, devotou, à imagem de seu pai e avô
, toda a sua vida ao monumento que o acolhe.

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