27 fevereiro, 2010

Les César 2010

site officiel: http://www.lescesarducinema.com/#

- Meilleur Acteur :
Tahar Rahim dans Un Prophète

- Meilleure Actrice :
Isabelle Adjani dans La Journée de la Jupe

- Meilleur Film Français:
Un Prophète réalisé par Jacques Audiard

- Meilleur Acteur dans un second rôle :
Niels Arestrup dans Un Prophète

- Meilleure Actrice dans un second rôle :
Emmanuelle Devos dans A l'Origine

- Meilleur Réalisateur :
Jacques Audiard pour Un Prophète

- Meilleur Espoir Masculin :
Adel Bencherif dans Un Prophète

- Meilleur Espoir Féminin :
Mélanie Thierry dans Le Dernier pour la Route

- Meilleur Premier Film :
Les Beaux Gosses réalisé par Riad Sattouf

- Meilleur Film Étranger :
Gran Torino réalisé par Clint Eastwood

- Meilleur Court Métrage:
C'est gratuit pour les filles de Claire Burger et Marie Amachoukeli

- Meilleure Adapatation:
Stéphane Brizé et Florence Vignon pour Mademoiselle Chambon

- Meilleurs Costumes:
Catherine Leterrier pou Coco avant Chanel

- Meilleurs Décors:
Michel Barthélemy pour Un Prophète

- Meilleur documentaire:
L'enfer d'Henri-Georges Clouzot de Serge Bromberg et Ruxandra Medrea

- Meilleur Montage:
Juliette Welfling dans Un Prophète

- Meilleure Musique écrite pour un film:
Armand Amar pour Le Concert

- Meilleure Photo:
Stéphane Fontaine pour Un Prophète

- Meilleur Scénario Original:
Jacques Audiard, Thomas Bidegain, Abdel Raouf Dafri et Nicolas Peufaillit pou Un Prophète

- Meilleur Son:
Pierre Excoffier, Bruno Tarrière et Sélim Azzazi pour Le Concert

Frédéric Chopin - 200 anos

Novo livro de Coetzee


Sinopse: 

«Um jovem biógrafo inglês trabalha num livro sobre o falecido escritor John Coetzee. O seu projecto é concentrar-se nos anos entre 1972 e 1977, época em que Coetzee, então na casa dos 30, compartilhava com o pai viúvo uma degradada casa rural nos arredores da Cidade do Cabo. Finalista do Booker Prize 2009.»



26 fevereiro, 2010

Myra ganha prémio literário


O romance Myra, da escritora Maria Velho da Costa, ganhou o prémio literário Correntes D'Escritas/Casino da Póvoa. O anúncio foi feito na sessão de abertura da 11.ª edição do encontro de escritores de expressão ibérica, que até amanhã vai reunir na Póvoa de Varzim alguns dos melhores autores da actualidade.
A obra de Maria Velho da Costa foi seleccionada por um júri (constituído por Fernando Martinho, Dulce Maria Cardoso, Patrícia Reis, Virgílio Alberto Vieira e Carlos Vaz Marques) de um universo de 160 livros, posteriormente reduzido a dez finalistas, que demorou três horas a eleger, sem unanimidade, mas enaltecendo: "a grande qualidade literária, modernidade dos processos narrativos e a corajosa abordagem de temas de grande actualidade".

24 fevereiro, 2010

Cartas de Outono

René Magritte - Les amants

Enquanto dormes constrói-me um rosto de luz, no limbo do teu sonho. Toca-o e acorda-me.

Caminha comigo, peço-te, na inquietação daquele rosto, e nesta alegria suspensa na solidão.

Há séculos que te esperava para fugirmos. E não sabia que a fuga era possível pelas estradas de giestas em direcção ao mar.

Dorme, e consente que o meu coração escute o teu. Quero arder contigo, nesta eternidade feita de pontes atravessadas, kms nocturnos e segundos de asfalto.

Para trás ficou a cidade.

E tu sabes que a cidade só existe no apanhar um táxi. E perdermo-nos até amanhã – sem querer podermos dizer adeus, porque não se pode dizer adeus à paixão.

Amanhã, ou enquanto dormes – agora mesmo – vou pensar em ti. Intensamente: até que as horas me doam a pele, e o movimento dos dias passe como aves que perdem o sentido do voo – até que tudo o que me rodeia tome a forma do teu corpo.

E em mim circules – quando estendo a mão por dentro da noite e te acordo, no fogo dos meus olhos.

No fim do sono existe um vulcão.
De repente, a manhã. A bruma. Um pássaro. As coisas que me rodeiam com os seus segredos – mas as coisas, sabe-se lá, só existem porque as palavras dizem que existem. E os segredos das coisas estão em mim – e não nas coisas.

Quando subo pela haste da manhã, encontro uma cidade de cristal. Trouxeste-ma tu, na dádiva do corpo.

E se conseguisse tocar-te com a respiração, ouvia-te dizer:
- É na desolação dos dias que o meu olhar segrega o mel com que te alimentas.

Penso no que te vou deixar: nomes de flores e de estrelas para refazeres os jardins e as constelações, e o peso etéreo da minha morte – para continuares a celebrar a vida.

Insónia. Noite fria, repleta de medos. Noite sem fim.

Nada.

Levanto-me e abro a janela. Respiro fundo. Um fio de sol embate na garrafa de gin abandonada ao lado da cama.

Ponho os óculos e o dia torna-se nítido, focado, limpo, e cheira a violetas…

Às vezes, tenho a impressão de ter perdido a exactidão dos gestos e das palavras.

Estive tempo a mais sozinho – reaprendo, com dificuldade, a ser cúmplice, amigo, amante.
Não me desagrada a ideia de viver num farol abandonado. Não me desagrada a ideia que a luz se apague. Não me desagrada pensar que posso perder a lucidez.

Por isso bebo.
Beber ajuda a cicatrizar o olhar ferido da noite. Isola-nos do mundo, acende-nos os gestos, antes de nos perdermos de bar em bar.

Amantes e embriagados. Destinados à chuva das ruas, às cidades que ardem junto ao mar, ao silêncio azul das manhãs.

- Aí vem o 28 dos Prazeres… e um táxi.

- Não me abandones, fica…

E o vinte e oito passa, e passa o táxi, enquanto olhamos A Dança de Matisse na capa dum livro.

Vamos pela manhã que se ergue, suja, enevoada – onde as palavras que digo se confundem com o teu sorriso. E os semáforos mudam de cor, inutilmente.

Rua da Rosa, Travessa da Espera, Calçada do Combro. Silêncio sobre silêncio. A vida suspensa no estremecer de um abraço.
- Até logo. Se te lembrares de mim, telefona.

Fecho, por fim, as pálpebras. O teu rosto sobrepõe-se à imagem do meu rosto. A tua mão esconde-se na imagem da minha mão. E no espelho já não há imagens, nem corpos, nem mar…

Logo à noite, outra vez o olhar, os corpos, a chuva, o sono, a fuga, a alma, o dia, dos dias… o regresso. O telefone, e Lisboa a sussurrar no vento da tua ausência.

A vida é sacana. Sobretudo não é aquilo que nos disseram que era. Por vezes, quando nos sentimos a morrer, vemos como é disparatado saber que tudo vai acabar. Precisamente quando tínhamos descoberto alguém com quem podíamos falar.

Passamos a vida numa espécie de silêncio, numa mudez terrível que se quebra, ainda que raramente, diante de certas coisas que nos contaram e nos deslumbraram.

Mas é tarde. As coisas que nos deslumbraram eram efémeras, breves. E não se pode voltar atrás.

Tenho um amigo que disse:
- Sabes, a verdade nunca acaba.
Mas o que será a verdade quando estivermos mortos?

Penso no lugar secreto do Caos e da Ordem que se erguem, subitamente, diante daquele que ama, e escreve.

Um dia, disseste:
- A paixão serve para te mostrar os fogos da noite.
Acreditei no que me dizias, mas já não consigo dormir, só morrer. O teu sorriso colou-se-me à boca.

Passo os dias a espiar as paisagens diluídas na memória que tenho de ti. Atravesso continentes que se transformam em minúsculas dores, pequenos territórios que cabem no fundo duma algibeira, ou em meia dúzia de palavras.

Lembro-me que numa viagem de comboio podemos encontrar gente cúmplice do silêncio – mas dificilmente um amigo de olhos cor-de amêndoa que te diga:
- O teu olhar é belo.
Espantado, respondes:
- O meu olhar só é belo porque se deixou aprisionar pelo teu. Nesse lugar profundo onde nos cruzamos e o mundo faz sentido. E quando a distância nos separar, e Lisboa for apenas uma impressão vaga de mal-estar, uma parte de mim pertencer-te-á.

Mentir é necessário. É a melhor maneira de esconder o que há de doloroso na verdade.

Repara, através dos meus olhos descobrirás como é a grande tristeza do mundo. Apenas isso. E, quando aqui não estiveres, espetarei todas as facas que encontrar nas paredes febris da noite.

Talvez sangre dos pulsos. Talvez te escreva. Talvez…

Olho atentamente as fissuras do tecto. Desloco-me através delas, alcanço a noite.

O teu rosto, de quando em quando, pousa na minha solidão.

Há vinte anos que a vida se apagou nas linhas da mão, e os jardins da cidade permaneceram, todo esse tempo, envoltos na bruma. O Tejo não deixou o tempo correr.
Mas um dia, talvez agora, abrirei as mãos no escuro do quarto, e o teu rosto incendiar-se-á.
As mãos queimadas, memória da tua passagem.
Por isso te escrevo, com esta luz encostada à boca. E espalho a cinza destas palavras pelo escuro da noite.

Perder-te, levar-me-ia ao zumbido ensanguentado duma bala. A paixão, a nossa, foi construída com a lentidão das obras-primas. E nela não há equívocos, nem erros.

O teu rosto é perfeito e intenso – brilha, assim que o nomeio ou toco: sinal de vida, estremecer do mundo na melancolia das mãos.

Assim te raptei uma noite – com ansiedade e susto. E assim te mantenho vivo, e amo, dentro e fora do poema. Hoje, tudo me parece novo e antigo, em simultâneo, como se já soubesse que havias de chegar e mudar-me a vida, o rumo dela, e depois partir.

Lá fora chove. Chove sem parar. E Lisboa parece encolher-se dentro do teu sono.
Al Berto, in Dispersos

23 fevereiro, 2010

um poema de José Luís Peixoto

Wassily Kandinsky

na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva, cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.

José Luis Peixoto, in a criança em ruínas

Poema de Al Berto na sessão 100 das "Quintas de leitura"



O Teatro do Campo Alegre (TCA), no Porto, recebe dia 25 as comemorações da centésima sessão do ciclo poético “Quintas de Leitura”, uma iniciativa criada há oito anos para divulgar a língua portuguesa.

Para assinalar esta sessão, o programador João Gesta decidiu conceber o espectáculo "Leica Virgem", com três horas de música, dança, imagem e poesia.


RECADO

ouve-me
que o dia te seja limpo e
a cada esquina de luz possas recolher
alimento suficiente para a tua morte

vai até onde ninguém te possa falar
ou reconhecer - vai por esse campo
de crateras extintas - vai por essa porta
de água tão vasta quanto a noite

deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te
e as loucas aveias que o ácido enferrujou
erguerem-se na vertigem do voo - deixa
que o outono traga os pássaros e as abelhas
para pernoitarem na doçura
do teu breve coração - ouve-me

que o dia te seja limpo
e para lá da pele constrói o arco de sal
a morada eterna - o mar por onde fugirá
o etéreo visitante desta noite

não esqueças o navio carregado de lumes
de desejos em poeira - não esqueças o ouro
o marfim - os sessenta comprimidos letais
ao pequeno-almoço

Poema de AL BERTO
(será lido por Manuel Tur)

Correntes D'Escritas - 2010


Mais de 60 escritores estão convidados. São provenientes de países como Brasil, Moçambique, Cabo Verde, México, Colômbia, França, Espanha, Angola, Uruguai, Argentina e, claro, Portugal.

A.M. Pires Cabral-Portugal
Ana Luísa Amaral-Portugal
Aurelino Costa-Portugal
Bernardo Carvalho-Brasil
Carlos Vaz Marques-Portugal
Catherine Dumas-França
Dulce Maria Cardoso-Portugal
Eduardo Pitta-Portugal
Fernando J.B. Martinho-Portugal
Francisco José Viegas-Portugal
Francisco Moita Flores-Portugal
Germano Almeida-Cabo Verde
Gilda Nunes Barata-Portugal
Gonzalo Celorio-México
Hector Abad Faciolince-Colômbia
Inês Botelho-Portugal
Inês Pedrosa-Portugal
Imma Monsó-Espanha
Inma Luna-Espanha
Isaac Rosa-Espanha
Ivo Machado-Portugal
J. J. Armas Marcelo-Espanha
João de Melo-Portugal
João Manuel Ribeiro-Portugal
João Paulo Sousa-Portugal
João Tordo-Portugal
Jorge Melícias-Portugal
José Carlos Barros-Portugal
José Carlos de Vasconcelos-Portugal
José Mário Silva-Portugal
Leonor Xavier-Portugal
Lourenço Pereira Coutinho-Portugal
Luandino Vieira-Angola
Luísa Dacosta-Portugal
Luís Filipe Cristóvão-Portugal
Luís Naves-Portugal
Malangatana-Moçambique
Manuel da Silva Ramos-Portugal
Manuel Jorge Marmelo-Portugal
Manuel Rui-Angola
Maria do Rosário Pedreira-Portugal
Maria Flor Pedroso-Portugal
Maria Teresa Horta-Portugal
Mário Zambujal-Portugal
Milton Fornaro-Uruguay
Onésimo Teotónio de Almeida-Portugal
Pablo Ramos-Argentina
Patrícia Reis-Portugal
Paulo Kellerman-Portugal
Paulo Moreiras-Portugal
Pedro Eiras-Portugal
Pedro Pinto-Portugal
Pedro Teixeira Neves-Portugal
Pedro Vieira-Portugal
Ricardo Menéndez Salmón-Espanha
Rosa Alice Branco-Portugal
Rui Vieira-Portugal
Rui Zink-Portugal
Sérgio Luís de Carvalho-Portugal
Tânia Ganho-Portugal
Tiago Gomes-Portugal
Tiago Nené-Portugal
valter hugo mãe-Portugal
Vergílio Alberto Vieira-Portugal
Vítor Burity da Silva-Angola
Zuenir Ventura-Brasil

20 fevereiro, 2010

Poema de Pedro Mexia




Nas estantes os livros ficam
(até se dispersarem ou desfazerem)
enquanto tudo
passa. O pó acumula-se
e depois de limpo
torna a acumular-se
no cimo das lombadas.
Quando a cidade está suja
(obras, carros, poeiras)
o pó é mais negro e por vezes
espesso. Os livros ficam,
valem mais que tudo,
mas apesar do amor
(amor das coisas mudas
que sussurram)
e do cuidado doméstico
fica sempre, em baixo,
do lado oposto à lombada,
uma pequena marca negra
do pó nas páginas.
A marca faz parte dos livros.
Estão marcados. Nós também.

Pedro Mexia, in "Duplo Império"

Uma Outra Educação de Lone Scherfig



Sinopse: Nos subúrbios de Londres antes dos Beatles, num período de pós-guerra, uma brilhante aluna vê-se indecisa entre estudar para um lugar em Oxford ou seguir uma alternativa mais apelativa que lhe é proposta por um carismático homem mais velho.

FICHA

Título original: ‘An Education'
Realizadora: Lone Scherfig
Elenco: Carey Mulligan, Peter Sarsgaard, Alfred Molina
Produção: Reino Unido
Duração: 95 minutos

13 fevereiro, 2010

Colóquio de Letras nº 173


O n.º 173 abre as suas páginas com um núcleo temático dedicado a Al Berto, integrando as seuintes releituras sobre o percurso literário do poeta:

- "Al Berto: poesia e experiência" de Mário Lugarinho;

- "Uma herança invisível: algumas notas para uma possível aproximação entre José Régio e Al Berto" de Emerson da Cruz Inácio;

- "Cronos decide morrer" de Golgona Anghel;

- "Cânone literário, identidade e expressão "queer" em "Salsugem" de Al Berto" de Mark Sabine.

Um segundo grupo de textos debruça-se sobre as fronteiras entre a poética e a ficção em sete autores: Maria Teresa Horta, Vasco Graça Moura, Armando Silva Carvalho, Yvette K. Centeno, Mário Cláudio, Hélia Correia e Gonçalo M. Tavares, que publicam, nesta edição, inéditos em ambos os domínios. Nesta perspectiva, sobre a sua obra escrevem Ana Maria Domingues de Oliveira, Sandra Teixeira, Pedro Serra, MariaTeresa Fragata Correia, Ernesto Rodrigues, Emanuel Guerreiro e António Carlos Cortez, respectivamente.

Para além dos habituais blocos de recensões abrangendo diversas áreas da literatura — poesia, ficção, ensaio, teatro, tradução, diarística, epistolografia, dicionário —, Paulo Castilho assina o espaço de crónica e Ana Marques Gastão uma entrevista a Helena Carvalhão Buescu.
António Sena foi o pintor escolhido para colaborar neste número da Colóquio/Letras.

12 fevereiro, 2010

EXPOSIÇÃO: A PROCISSÃO - DESENHO, PINTURA E FOTOGRAFIA 1999-2000


Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, Bragança
12 de Fevereiro a 30 de Março
3ª a domingo, 10h-12h30m e 14h-18h30m


A religiosidade foi sempre um tema muito presente na obra de Graça Morais. Depois da Idade do Ouro, uma série de 1991 constituída por um conjunto de retratos de meninas figurantes, projectados a partir de fortíssimos tons de azul e laranja, Graça Morais retoma a temática na série Procissão, ponto de partida para a exposição que agora se apresenta.

informação mais completa: aqui

11 fevereiro, 2010

Exposição de Natureza-morta - Museu Calouste Gulbenkian

Chardin, Jean-Baptiste-Siméon


A Perspectiva das Coisas. A Natureza-morta na Europa
Primeira parte: Séculos XVII – XVIII
12 de Fevereiro a 2 de Maio de 2010
Galeria de Exposições da Sede

O Museu Calouste Gulbenkian organiza actualmente uma ambiciosa exposição internacional dedicada ao tema da Pintura de Natureza-morta na Europa, sendo a primeira do género a realizar-se em Portugal.

Intitulada “A Perspectiva das Coisas. A Natureza-morta na Europa” a mostra será apresentada em duas partes e é constituída por um conjunto de obras-primas de pintores europeus de renome, desde as origens do género até meados do século XX.

A primeira parte, a expor entre 12 de Fevereiro e 2 de Maio de 2010, reúne 71 pinturas dos séculos XVII e XVIII. A produção dos séculos XIX e XX será apresentada entre 21 de Outubro de 2011 e 8 de Janeiro de 2012.

Cinema no CAS


"LES PLAGES D'AGNES" um filme de VARDA

Hoje, no Centro de Artes de Sines,

06 fevereiro, 2010

A novíssima Babel

Paulo Teixeira Pinto, em entrevista à Actual, do Jornal Expresso, de hoje, divulga a abertura da 3ª livraria Babel em Lisboa - na António Joaquim Aguiar - que "terá um conceito completamente diferente de todas quantas existem no nosso país, porque será uma verdadeira livraria gourmet, no duplo sentido da palavra: literário e gastronómico"
A inauguração terá lugar, no próximo dia 23 de Abril, Dia Internacional do Livro.

provérbio chinês


"Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida."

03 fevereiro, 2010

Rosa Lobato Faria - (20 de Abril de 1932 - 2 de Fevereiro de 2010)

E de novo a armadilha dos abraços.
E de novo o enredo das delícias.
O rouco da garganta, os pés descalços
a pele alucinada de carícias.
As preces, os segredos, as risadas
no altar esplendoroso das ofertas.
De novo beijo a beijo as madrugadas
de novo seio a seio as descobertas.
Alcandorada no teu corpo imenso
teço um colar de gritos e silêncios
a ecoar no som dos precipícios.
E tudo o que me dás eu te devolvo.
E fazemos de novo, sempre novo
o amor total dos deuses e dos bichos.



Coisas Lidas


Afirmas que brigámos. que foi grave.
Que o que dissemos já não tem perdão
Que vais deixar a tua chave
E vais à cave içar o teu malão.

Mas como destrinçar os nossos bens?
Que livro? Que lembrança? Que papel?
Os meus olhos , bem vês, és tu que os tens.
Não te devolvo – é minha!! –a tua pele.

Achei ali um sonho muito velho, não sei se o queres levar, já está no fio.
É o teu casaco roto, aquele vermelho
Que eu costumo vestir quando está frio?

E a planta que eu comprei e tu regavas?
E o sol que dá no quarto de manhã? É meu o teu cachorro que eu tratava?
É teu o meu canteiro de hortelã?

A qual de nós pertence este destino?
Este beijo era meu? Ou já não era?
E o que faço das praias que já não vimos?
Das marés que estão lá á nossa espera?

Dividimos ao meio as madrugadas? E a falésia das tardes de Novembro?
E as sonatas que ouvimos de mãos dadas?

De quem é esta briga? Não me lembro.