21 março, 2010

Um poema de Al Berto

embebedavas-te
na travessia daquele verão bebias muito vinho
na vertigem de fogosos corpos pouco sabias
acerca do ciúme e da traição

confiavas demasiado em ti eras alto e magro
nunca traficaras armas em Harrar
tinhas o peito cansado o andar lento
e jamais pernoitaras sob o céu de Alexandria

escuta
a partir de hoje abandono-te para sempre
ao silêncio de quem escreve versos
em Portugal
tens trinta e sete anos como Rimbaud
talvez seja tempo de começares a morrer

Al Berto

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