29 novembro, 2010

Fernando Pessoa - 4 poemas


Lisboa
13/Junho/1888 - 30/Novembro/1935

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Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser

Ricardo Reis
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Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta

Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.

Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?

Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.

Que difícil ser próprio e não ser senão o visível!

Alberto Caeiro


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O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos

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Nas grandes horas em que a insónia avulta

Nas grandes horas em que a insónia avulta
Como um novo universo doloroso,
E a mente é clara com um ser que insulta
O uso confuso com que o dia é ocioso,

Cismo, embebido em sombras de repouso
Onde habitam fantasmas e a alma é oculta,
Em quanto errei e quanto ou dor ou gozo
Me farão nada, como frase estulta.

Cismo, cheio de nada, e a noite é tudo.
Meu coração, que fala estando mudo,
Repete seu monótono torpor

Na sombra, no delírio da clareza,
E não há Deus, nem ser, nem Natureza
E a própria mágoa melhor fora dor.

Fernando Pessoa

26 novembro, 2010

Mariza agraciada pelo Governo francês



Mariza é agraciada no dia 7 de Dezembro pelo Governo francês com a Ordem das Artes e Letras, no grau Chevalier, por ser uma das «fadistas mais notáveis da sua geração», segundo fonte diplomática.

A mesma fonte acrescentou que a condecoração, decidida pelo ministro da Cultura, Frédéric Mitterrand, distingue Mariza como«uma das fadistas mais notáveis da sua geração».

«Entre a tradição e a modernidade, Mariza modernizou o fado, sendo uma grande representante de Portugal no mundo», adiantou á Lusa a fonte diplomática.

A condecoração será entregue à fadista pelo embaixador da França em Lisboa, Pascal Teixeira da Silva, no dia 07, às 18:30, na legação diplomática gaulesa, em Santos-o-Velho.

A condecoração, uma das mais altas distinções do Governo da França a cidadãos estrangeiros, reconhece «o seu talento como cantora e a forte presença em palco», acrescentou a mesma fonte.

Mariza edita hoje «Fado Tradicional», o quinto álbum de estúdio, e que atingiu já o galardão de platina, por vendas superiores a 20 000 unidades, informou hoje a editora discográfica.

Maria atua segunda e terça-feira no Coliseu de Lisboa, depois de ter actuado quinta-feira no Porto.

A intérprete de "Cavaleiro Monge" (Fernando Pessoa/Mário Pacheco) tem sido distinguida com vários galardões, entre eles a comenda da Ordem do Infante, entregue pelo presidente da República Jorge Sampaio em 2006.

Criada em 1957, a ordem honorífica francesa distinguiu já vários portugueses, entre eles, os escritores Lídia Jorge e António Lobo Antunes, o comendador Joe Berardo, o ensaísta Eduardo Lourenço, o editor Manuel Alberto Valente, o jornalista Carlos Pinto Coelho e o encenador Joaquim Benite.

Mariza ganhou no ano passado o Globo de Ouro de Melhor Intérprete Nacional, que tinha já recebido em 2006 pelo álbum «Transparente».

O álbum «Terra», editado em Junho de 2008, foi considerado em 2009 um dos dez melhores do mundo na área da world music por três publicações britânicas - as revistas Songlines e UnCut e o jornal Sunday Times - e recebeu uma nomeação para os Prémios Grammy latinos.

A fadista conquistou, entre outros, os prémios BBC Radio 3, na categoria de Melhor Artista da Europa de World Music, em 2003, o European Border Breakers Award, no MIDEM, e Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim, na categoria de Melhor Música de Filme, por «Ó Gente da Minha Terra» (Amália Rodrigues/Tiago Machado) no filme «Isabella» de Pang Ho-Cheung.

In Sol

Al Berto celebrado na Secundária Poeta Al Berto





24 novembro, 2010

Le Louvre apela ao mecenato para aquisição de "Les trois Grâces"

O museu do Louvre lança um apelo ao mecenato para poder adquirir o quadro de Lucas Cranach, "les Trois Grâces".
Esta obra pertence a uma colecção privada desde a sua criação, 1531, e foi agora colocada à venda pelo seu actual proprietário.

Para mais informação consultar o site criado especialmente para o efeito: http://www.troisgraces.fr/#/accueil

Lucas Cranach Louvre
Lucas Cranach, dit l’Ancien, "Les Trois Grâces", 1531, huile sur bois © 2010 musée du Louvre / Angèle Dequier

Original

22 novembro, 2010

Gonçalo M. Tavares vence Prémio do Melhor Livro Estrangeiro 2010 em França


O escritor Gonçalo M. Tavares é o vencedor do Prémio do Melhor Livro Estrangeiro publicado em França em 2010, com o romance "Aprender a Rezar na Era da Técnica", disse hoje à Lusa o seu editor, Zeferino Coelho.
Publicado em Portugal pela Caminho em 2007, o quarto romance da série "O Reino" (depois de "Um Homem: Klaus Klump", "A Máquina de Joseph Walser" e "Jerusalém"), chegou este ano às livrarias francesas com o título "Apprendre à Prier à l'Ère de la Technique", numa tradução de Dominique Nédellec, e foi também finalista de outros dois prestigiados prémios literários franceses: Femina e Médicis.
Criado em 1948 por Robert Carlier e pelo seu amigo André Bay, em torno de um grupo informal de editores, o Prix du Meilleur Livre Étranger foi um dos primeiros prémios a debruçar-se sobre os livros traduzidos em França.
Da já longa lista de premiados, constam nomes e obras que marcaram a história da literatura, como "O Homem sem Qualidades" (1958), de Robert Musil, "Cem Anos de Solidão" (1969), de Gabriel García Marquez, ou "Auto-da-fé" (1949), de Elias Canetti, e ainda Kawabata, Soljenitsyn, Guillermo Cabrera Infante, John Updike, Adolfo Bioy Casares, Mario Vargas Llosa, Günter Grass, Salman Rushdie, Ernesto Sabato, Orhan Pamuk, Philip Roth e António Lobo Antunes, o único português até agora distinguido.
É desde 2008 patrocinado pelo hotel parisiense Regency Madeleine, onde está hoje a decorrer a cerimónia de anúncio dos vencedores e entrega dos prémios, anualmente atribuídos em duas categorias: romance e ensaio.
Compõem o júri, além de André Bay, Daniel Arsand (responsável pela literatura estrangeira nas Éditions Phebus et Auteur), Manuel Carcassonne (diretor editorial das Éditions Grasset), Gérard de Cortanze (escritor e editor da Gallimard), Nathalie Crom (responsável pelas páginas de literatura da Telerama), Solange Fasquelle (escritora e membro do júri do Prémio Femina), Anne Freyer (editora de literatura estrangeira da Seuil) e Christine Jordis (escritora e editora da Gallimard e membro do júri do Prémio Femina).
Os restantes membros são Jean-Claude Lebrun (cronista no L'Humanité), Joseph Mace-Scaron (diretor do Magazine Littéraire e diretor-adjunto da Marianne), Ivan Nabokov (editor da Plon), Joel Schmidt (escritor) e Laurent Ebzant (diretor-geral do Hyatt Regency Paris-Madeleine).

in Ipsilon

21 novembro, 2010

Chico Buarque - Joana francesa



Tu ris, tu mens trop
Tu pleures, tu meurs trop
Tu as le tropique
Dans le sang et sur la peau
Geme de loucura e de torpor
Já é madrugada
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

Mata-me de rir
Fala-me de amor
Songes et mensonges
Sei de longe e sei de cor
Geme de prazer e de pavor
Já é madrugada
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

Vem molhar meu colo
Vou te consolar
Vem, mulato mole
Dançar dans mes bras
Vem, moleque me dizer
Onde é que está
Ton soleil, ta braise

Quem me enfeitiçou
O mar, marée, bateau
Tu as le parfum
De la cachaça e de suor
Geme de preguiça e de calor
Já é madrugada
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda

17 novembro, 2010

«"Intervalo para Dançar" pelo Grupo de Teatro do IST

CAS - Auditório | 20 de Novembro | 21h30 | Entrada gratuita mediante reserva de bilhete | Org. Câmara Municipal de Sines



Inspirada no Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, a peça "Intervalo para Dançar", uma criação colectiva do GTIST - Grupo de Teatro do Instituto Superior Técnico, vagueia entre o escritor em nome próprio e os seus heterónimos e divaga entre o real e o sonhado. A dimensão literária e filosófica do livro serve de inspiração criadora, mas o espectáculo não assenta numa interpretação literal dos textos de Pessoa, deixando para os actores (e co-criadores) parte da responsabilidade discursiva do mesmo, incluindo as linguagens visuais do espaço e do corpo. Menção honrosa na edição de 2010 do FATAL - Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa, o mais importante do género realizado em Portugal, “Intervalo para Dançar” é uma celebração dos grandes temas do Livro do Desassossego: o tédio, a morte, o tempo, o amor.

16 novembro, 2010

José Saramago, 88 anos (um poema)



Passado, Presente, Futuro

Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.

Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.

Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

14 novembro, 2010

Hindi Zahra - Prix Constantin 2010

...Hier soir, à l'Olympia, le prix Constantin 2010 a été décerné à HINDI ZAHRA.

Le prix Constantin, qui célèbre chaque année les jeunes talents de la chanson française, a récompensé vendredi la chanteuse franco-marocaine Hindi Zahra pour son premier album "Hand Made".

Créé en 2001 en hommage à Philippe Constantin, producteur, directeur artistique et découvreur de talents décédé en 1996, ce prix professionnel récompense chaque année un jeune talent.

Marc Lavoine présidait le jury 2010 réunissant des professionnels de la musique et de journalistes spécialisés. Les précédents lauréats ont été Avril (2002), Mickey 3D (2003), Cali (2004), Camille (2005), Abd Al Malik (2006), Daphné (2007), Asa (2008) et Emily Loizeau (2009).

La soirée du prix Constantin au cours de laquelle se produisent les nommés, a débuté avec une surprise : Carla Bruni a joué les invitées mystère le temps d'un duo avec Marc Lavoine. Nommée en 2003 pour son album "Quelqu'un m'a dit" dans la sélection du prix Constantin, Carla Bruni a interprété avec Marc Lavoine "La noyée", chanson de Serge Gainsbourg qui figurait sur son premier opus.

La première dame de France n'a fait aucune déclaration, faisant dire qu'elle ne souhaitait pas aller au-delà de son rôle d'invitée musicale parmi d'autres. Sa présence avait été gardée secrète par les organisateurs jusqu'en fin de journée.

in Le Monde.fr

Videos de musica, clipes, entrevista das artistas, shows e muito mais.

11 novembro, 2010

Siza Vieira - Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura


O arquiteto Álvaro Siza Vieira venceu o III Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura, atribuído pelos Ministérios da Cultura de Portugal e Espanha, anunciaram simultaneamente em Lisboa e Madrid as ministras Gabriela Canavilhas e Ángeles González-Sinde ao fim da manhã.

Instituído pelos dois países em 2006, com periodicidade bienal, tem como finalidade distinguir um autor, pensador, criador ou intérprete vivo, ou ainda uma pessoa coletiva sem fins lucrativos.

A iniciativa visa premiar o contributo significativo para o reforço dos laços entre os dois Estados e para um maior conhecimento recíproco da criação ou do pensamento, segundo o regulamento.

No valor de 75 mil euros suportados pelos dois países, o prémio consiste ainda na atribuição de um troféu da autoria da artista plástica Fernanda Fragateiro.

O júri desta terceira edição do galardão é constituído, em representação de Portugal por Clara Ferreira Alves, jornalista e escritora, João de Melo, escritor, e Manuel Graça Dias, arquiteto.


Notícia completa: aqui

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)

09 novembro, 2010

Um poema de Clarice Lispector


Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!


Clarice Lispector

Chico Buarque - Prémio Portugal Telecom de Literatura


O romance Leite Derramado, do escritor e compositor Chico Buarque, vence a oitava edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura.

As obras Outra Vida, do brasileiro Rodrigo Lacerda, e Lar, do também brasileiro Armando Freitas Filho, ficaram, com o segundo e terceiro lugares, respectivamente.
Os outros seis finalistas deste ano
foram A passagem tensa dos corpos, de Carlos de Brito e Mello; Avó Dezanove e o segredo do soviético, de Ondjaki; Monodrama, de Carlito Azevedo; O filho da mãe, de Bernardo Carvalho; Olhos secos, Bernardo Ajzenberg, e Pornopopéia, de Reinaldo Moraes.

Criado em 2003, o prémio distingue romances, contos, poesias, crónicas, dramaturgias e autobiografias, escritos originalmente em língua portuguesa.

08 novembro, 2010

Michel Houellebecq - Prix Goncourt 2010




Michel Houellebecq remporte le prix Goncourt 2010 avec "La carte et le territoire"(Flammarion) © Ginies/Sipa

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Demorou mais de dez anos, mas o escritor Michel Houellebecq, 52 anos, recebeu finalmente, hoje, o prémio Goncourt, o mais prestigiado dos prémios literários franceses, pelo seu romance “La Carte et le territoire".

A votação do júri da Academia Goncourt não foi unânime: dos nove membros, sete votaram a favor daquele que é visto como o “enfant terrible” da literatura francesa. Dois preferiram Virginie Despentes e o livro “Apocalypse bebé”.


“La Carte et le territoire” (Editions Flammarion) é o quinto romance de Houellebecq e, segundo a AFP, foi recebido com elogios praticamente unânimes pela crítica. Para a revista “Les Inrocks”, trata-se de um “romance total, balanço do estado do mundo e auto-retrato”, no qual o escritor vai até à descrição do seu próprio assassinato. A AFP descreve-o como “menos desesperado” do que os seus anteriores romances e mais próximo de uma tradição clássica. No centro da história está o artista Jed Martin, filho de um arquitecto famoso, que pede ao “reconhecido autor” Michel Houellebecq que lhe escreva o prefácio para o catálogo da sua exposição.

Houellebecq foi nomeado para o Goncourt pela primeira vez em 1998 com o livro “As Partículas Elementares” (editado em Portugal pela Temas e Debates e pelo Círculo de Leitores) e, sete anos mais tarde, com “A Possibilidade de uma Ilha” (Dom Quixote)

In Público

Virginie Despentes - Prix Renaudot 2010



La romancière et réalisatrice Virginie Despentes a été couronnée par le prix Renaudot pour "Apocalypse bébé" (Grasset) © Baltel / Sipa

07 novembro, 2010

Claude Monet au Grand Palais - Paris

Galeries Nationales - Grand Palais, Paris
22 septembre 2010 -24 janvier 2011

Voyagez avec la peinture de Claude Monet: http://www.monet2010.com/fr#/home/


Glycines - 1917-1920 huile sur toile, 100 x 200 cm Musée d'art et d'histoire,
Dreux © Musée d'art et d'histoire Marcel-Dessal, Ville de Dreux

Terrasse à Sainte-Adresse - 1867 huile sur toile, 98 x 130 cm
The Metropolitan Museum of Art, New York

Rubens, Poussin et les peintres du XVII s.



Le Bain de Diane
Pierre-Paul Rubens (1577-1640)
Le Bain de Diane
Vénus pleurant Adonis
Nicolas Poussin (1594-1665)
Vénus pleurant Adonis

02 novembro, 2010

Prix Femina 2010 - Patrick Lapeyre


“La vie est brève et le désir sans fin est un livre sur les affaires de l’amour, vues du point de vue masculin. Il met en scène deux hommes, l’un marié, à Paris, l’autre pas, à Londres, tous les deux amoureux de la même femme, assez énigmatique, et qui va de l’un à l’autre. Il y a celui qui hésite, et celui qui attend, tous les deux souffrent.”

01 novembro, 2010

Genara Cortés - un lugar casi vacio (mujeres de agua 12)

Sandra Carrasco - La calle del olivar (mujeres de agua 8)

Montse Cortés - El Beso Libanés (mujeres de agua 7)

Concha Buika - oro santo (mujeres de agua 6)

Estrella Morente - Manuela (mujeres de agua 3)

La Susi - Las caritas desnudas (mujeres de agua 2)

Carmen Linares - Media luna me sonrie (mujeres de agua 5)

La Shica - Agua misteriosa ( mujeres de agua 9)

Mariza - fadista louco (mujeres de agua 4)