27 junho, 2011

Gonçalo M. Tavares vence prémio da APE


O escritor Gonçalo M. Tavares venceu o Grande Prémio de Romance e Novela atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), em conjunto com o Ministério da Cultura (MC), pela obra  Uma Viagem à Índia , editado pela Caminho.
“Trata-se de uma epopeia – ou anti-epopeia, como lhe chamou Eduardo Lourenço – em que um homem parte numa viagem física, mas também mental, à Índia, à procura de um mestre indiano, para descobrir que ele é, afinal, materialista”, conta.


De acordo com a APE, foram admitidas a concurso este ano, 99 obras, mais 14 do que no ano passado ,  correspondendo a 99 escritores  (74 homens, 25 mulheres), tendo a chancela de 43 editoras».

O Grande Prémio de Romance e Novela, no montante de 15 mil euros, já distinguiu 25 autores, de 16 editoras, quatro dos quais bisaram: Vergílio Ferreira, António Lobo Antunes, Agustina Bessa-Luís e Maria Gabriela Llansol.

Gonçalo M. Tavares  já recebeu vários prémios, entre os quais alguns dos mais importantes para a literatura em língua portuguesa, nomeadamente:
 - Prémio José Saramago 2005 
 - Prémio LER/Millennium BCP 2004, ambos para o romance Jerusalém.
 - Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores Camilo Castelo Branco 2007, para a obra Água, cão, cavalo, cabeça.
O escritor foi ainda distinguido internacionalmente:
-  Prémio Portugal Telecom 2007
-  Prémio Internazionale Trieste 2008 (Itália) 
-   Prémio Belgrado Poesia 2009 (Sérvia) 
-  Prix du Meilleur Livre Étranger 2010 (França), para o livro «Aprender a rezar na era da técnica».

 Uma Viagem à Índia  já tinha sido distinguido com o Prémio Melhor Narrativa Ficcional 2010 da Sociedade Portuguesa de Autores e com o Prémio Especial de Imprensa Melhor Livro 2010 Ler/Booktailors.

23 junho, 2011

Homenagem a Al Berto






A convite do Festival Silêncio, Sérgio Godinho, Rui Reininho, JP Simões e João Peste criaram Moradas do Silêncio, um espectáculo de encomenda, único e irrepetível para assinalar o encerramento da sua 3ª edição. 

Concebida por Alexandre Cortez e com direcção musical de Flak, esta homenagem ao poeta Al Berto contará ainda com a participação de Noiserv e do actor Miguel Borges que irá ler alguns poemas seleccionados pelo poeta Nuno Júdice. Neste espectáculo transdisciplinar com vídeo de João Pedro Gomes sobre imagens e fotografias manipuladas por Tó Trips, o público é convidado a revisitar a poesia e o imaginário do autor de O Medo. Imperdível!  


25 Jun., 22 @ Cinema São Jorge (Sala 1) 15€

19 junho, 2011

A Maior Exposição Fotográfica do Mundo

A II edição da Lisboa 2011A Maior Exposição Fotográfica do Mundo - vai decorrer de 1 a 30 de Junho.

A Exposição  reúne  trabalhos de fotógrafos nacionais, internacionais e mesmo prémios internacionais de fotografia em 18 locais de Lisboa situados na zona ribeirinha e na baixa da cidade. O grande objectivo da organização é a consolidação de um evento de fotografia em Portugal, numa perspectiva de oferta cultural de grande qualidade que decorre em locais como:

Padrão dos Descobrimentos
Galeria da Boavista
Estação do Cais do Sodré
Terreiro do Paço – Torreão
Terreiro do Paço – Arcadas
Terreiro do Paço - Galeria do Ministério das Finanças
Estação de Santa Apolónia, Panteão Nacional
ISPA – Instituto Superior de Psicologia Aplicada
Castelo de São Jorge
Rua Augusta
Estação do Rossio
Jardim do Torel
Cinema São Jorge
Galeria Espaço Santa Casa
Galeria Livraria Ferin
Chiado – Montras e Casino Lisboa

Durante todo o mês de Junho das 10h00 às 20h00 podes apanhar o autocarro gratuito que circula em todo o percurso do evento: Belém - Cais do Sodré - Terreiro do Paço - Santa Apolónia - Rua do Comercio - Restauradores - Marques de Pombal - Belém.
Este autocarro fará paragens de 10 minutos e os visitantes poderão entrar e sair em qualquer das paragens do evento.

18 junho, 2011

Cinzas de Saramago depositadas em Lisboa

Oliveira em Memória de José Saramago, plantada junto à Casa dos Bicos, em Lisboa




As cinzas de José Saramago foram hoje, pelas 11 horas, depositadas junto a uma oliveira centenária,  em frente à Casa dos Bicos, em Lisboa. A cerimónia  assinala o primeiro aniversário da morte do autor português e  é organizada em conjunto pela Fundação e pela Câmara Municipal de Lisboa.


No local foram, ainda, colocadas duas lápides: uma com o nome e as datas de nascimento e morte do Nobel da Literatura e outra com a última frase do livro «Memorial do Convento».

«Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia», lê-se.






13 junho, 2011

Faz 14 anos ....



notas para o diário
deus tem que ser substituído rapidamente por poe-
mas, sílabas sibilantes, lâmpadas acesas, corpos palpáveis,
vivos e limpos.

a dor de todas as ruas vazias.

sinto-me capaz de caminhar na língua aguçada deste
silêncio. e na sua simplicidade, na sua clareza, no seu abis-
mo.
sinto-me capaz de acabar com esse vácuo, e de aca-
bar comigo mesmo.

a dor de todas as ruas vazias.

mas gosto da noite e do riso de cinzas. gosto do
deserto, e do acaso da vida. gosto dos enganos, da sorte e
dos encontros inesperados.
pernoito quase sempre no lado sagrado do meu cora-
ção, ou onde o medo tem a precaridade doutro corpo.

a dor de todas as ruas vazias.

pois bem, mário - o paraíso sabe-se que chega a lis-
boa na fragata do alfeite. basta pôr uma lua nervosa no
cimo do mastro, e mandar arrear o velame.

é isto que é preciso dizer: daqui ninguém sai sem
cadastro.

a dor de todas as ruas vazias.

sujo os olhos com sangue. chove torrencialmente. o
filme acabou. não nos conheceremos nunca.

a dor de todas as ruas vazias.

os poemas adormeceram no desassossego da idade.
fulguram na perturbação de um tempo cada dia mais
curto. e, por vezes, ouço-os no transe da noite. assolam-me
as imagens, rasgam-me as metáforas insidiosas, porcas. ..e
nada escrevo.
o regresso à escrita terminou. a vida toda fodida - e
a alma esburacada por uma agonia tamanho deste mar.

a dor de todas as ruas vazias.



Al-Berto
Horto de Incêndio
Assírio & Alvim
3ª edição - Dezembro 2000

Fernando Pessoa - 123º Aniversário

 




.
Nasceu
Fernando
António 
Nogueira
Pessoa,
em Lisboa,
no dia 13 de Junho de 1888













O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço

Não disto nem daquilo,

Nem sequer de tudo ou de nada:

Cansaço assim mesmo, ele mesmo,

Cansaço.


A subtileza das sensações inúteis,

As paixões violentas por coisa nenhuma,

Os amores intensos por o suposto alguém.

Essas coisas todas -

Essas e o que faz falta nelas eternamente -;

Tudo isso faz um cansaço,

Este cansaço,

Cansaço.


Há sem dúvida quem ame o infinito,

Há sem dúvida quem deseje o impossível,

Há sem dúvida quem não queira nada -

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,

Porque eu desejo impossivelmente o possível,

Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,

Ou até se não puder ser...



E o resultado?

Para eles a vida vivida ou sonhada,

Para eles o sonho sonhado ou vivido,

Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...

Para mim só um grande, um profundo,

E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,

Um supremíssimo cansaço.

Íssimo, íssimo. íssimo,

Cansaço...



                      Álvaro de Campos

09 junho, 2011

Um poema de João Negreiros

A mãe


Quando crescer quero ser a mãe
só p’ra ser a minha
e me dar carinho sem ter que mo pedir
quero morrer p’ra ser a mãe de alguém
mas com as mãos a voz e o cheiro da minha
mãe
és a minha mãe
antes não fosses
antes fosses a mãe de todos
p’ra que todos fossem felizes
se fosses a mãe do mundo o mundo era melhor
e eu não existia
mas acredita que não me importava
porque haveria de viver no som dos teus beijos
no fresco da tua mão contra a testa febril
no olhar que encontra o brinquedo
na luz que me apaga o medo
haveria de viver no teu coração como um filho que não nasceu
e que morre todos os dias para provar que sempre te amou

in "o cheiro da sombra das flores"


04 junho, 2011

"Contaminação" de Joana Vasconcelos no palácio Grassi - Bienal de Veneza



«Contamination» parece una planta de la tienda de los horrores que crece y crece sin medida. Hecha a mano con tejidos multicolores es puro espectáculo."

03 junho, 2011

Gonçalo M. Tavares vence Prémio Literário dos Jovens Europeus


Lisboa, 03 jun (Lusa) -- O escritor Gonçalo M. Tavares foi distinguido com o Prémio Literário dos Jovens Europeus, com o livro "O Senhor Kraus", um dos habitantes do Bairro que criou e continua a povoar. 

Gonçalo M. Tavares recebeu na quinta-feira, em Lyon, o galardão, atribuído pela Escola Europeia de Comércio, situada em França, a esta obra, que os alunos escolheram por nela terem encontrado semelhanças com a vida política francesa da atualidade.
Publicado pela Caminho em 2005 e o quinto título da série "O Bairro", que já conta dez livros, "O Senhor Kraus" é um jornalista convidado para escrever uma crónica sobre política. Ele aceita e, para comentar os acontecimentos políticos -- coisa que faz usando de acidez e ironia --, inventa três personagens, o Chefe e os dois Auxiliares, que protagonizarão episódios e diálogos que satirizam os tiques universais dos políticos.
O escritor, de 40 anos, publicou em 10 anos, desde 2001, 29 livros de vários géneros literários -- incluindo vários romances, livros de contos, peças de teatro, uma epopeia, ensaios e poesia --, que já deram origem, em diversos países, a peças de teatro, ópera, peças radiofónicas, curtas metragens e objetos de artes plásticas, vídeos de arte, performances, projetos arquitetónicos e teses académicas.
Há cerca de 160 traduções de obras suas em curso com edição em 35 países.
Recebeu até agora alguns dos mais importantes galardões literários da língua portuguesa: o Prémio Portugal Telecom 2007, o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP 2004 com o romance "Jerusalém" (Caminho), o Prémio Branquinho da Fonseca, da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso, com o livro "O Senhor Valéry" (Caminho), o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, com "Investigações. Novalis" (Difel), e o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2007, atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores a "Água, Cão, Cavalo, Cabeça" (Caminho).
O seu romance "Jerusalém" foi listado como um dos "1001 Livros Para Ler Antes de Morrer -- Um Guia Cronológico dos Mais Importantes Romances de Todos os Tempos", na edição europeia desse livro.
Um dos três livros que publicou no ano passado, a anti-epopeia "Uma Viagem à Índia" (Caminho) foi distinguido com o Prémio Melhor narrativa Ficcional 2010 da Sociedade Portuguesa de Autores e o Prémio Especial de Imprensa Melhor Livro 2010 LER/Booktailors.


ANC.
Lusa/fim

01 junho, 2011

Leonard Cohen vence Prémio Príncipe das Astúrias



O músico e poeta canadiano Leonard Cohen venceu o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras de 2011, foi hoje anunciado em Oviedo, Espanha.
Leonard Cohen era um dos finalistas, ao lado da escritora canadiana Alice Munro e do romancista inglês Ian McEwan. O galardão é o reconhecimento das personalidades cujo trabalho criativo ou de investigação representa uma contribuição relevante para a cultura universal nos campos da literatura ou da linguística.
No ano passado, o vencedor foi o escritor libanês Amin Maalouf. Vargas Llosa, Camilo José Cela, Günter Grass, Doris Lessing, Paul Auster, Cláudio Magris, Amos Oz foram alguns dos outros galardoados em edições anteriores na área das Letras.

Para saber mais em : DN Artes